2020, um ano para riscar do calendário. Será?
Quando se trata das vidas que perdemos e de algumas situações a que fomos submetidos, absolutamente SIM.
Mas sobre as reflexões e os aprendizados que tivemos?
Olhem esta definição da Psicologia para a Zona de Conforto:
“É a repetição de padrões e comportamentos. A gente tende a fazer exatamente aquilo que não nos cause medo ou ansiedade, por motivos óbvios, que podem ser resumidos em apenas um: qualquer ameaça ao nosso instinto de estabilidade não é bem-vinda.”
Pois bem, por mais dinâmica ou arriscada que seja nossa rotina, ela entra num modo de conforto onde aprendemos a lidar, controlar e agir, por conviver com estes eventos repetitivos.
Então, por mais perigoso que seja ser um policial, estressante que seja ser um médico plantonista ou atento como um controlador de vôo, a rotina destes eventos nos faz entrar numa zona de conforto.
O livro “Subliminar”, de Leonard Mlodinow, comenta que, aproximadamente 75% de nossas decisões são tomadas baseadas em experiências que vivemos, como que quase num modo “automático”. Exemplo: você vai levar seu filho para uma nova escola. Você presta atenção no caminho 2 a 3 dias. Após absorvida a rotina, você reduz drasticamente a atenção ao caminho, uma vez que ele já entrou no seu subconsciente. Assim, ao você dar o comando “escola do filho”, é quase que desnecessário ficar prestando atenção 100% do tempo, para determinar a que rua entrar.
Desta forma, a pandemia mexeu brutalmente com nossas “Zonas de conforto”:
Medo e Insegurança. 76% das pessoas entrevistadas em abril deste ano, tinham medo de superlotação nos hospitais. Medo de contrair a doença e não serem socorridas a tempo;
Ausência de liberdade: No Brasil, chegamos a ter estados em que o índice de isolamento passou dos 50%. Ou seja, mais da metade da população, por receio ou por medidas restritivas adotadas, ficou “trancafiada” em seus próprios lares;
Novos Hábitos (mais de 75% dos entrevistados tiveram a inclusão do sistema Home Office, Part ou Full Time): Estávamos acostumados a trabalhar em determinado horário (enquanto as crianças estavam nas escolas), a almoçar no restaurante próximo, a fazer exercícios físicos na academia pela manhã ou fim de tarde e ter nosso lazer e dedicação à família em outros espaços de tempo. De março à setembro, estamos trabalhando ao mesmo tempo que acompanhamos as aulas remotas das crianças, paramos tudo para cozinhar, nosso horário de lazer e dedicação à família embaralhou e o exercício se faz quando dá e onde dá;
Gerenciamento de Tempo: O ambiente, estrutura e rotina de uma Empresa e seus clientes, ajudavam relevantemente no apoio da condução da agenda do dia. Agora, nestes 7 meses de pandemia, temos de ser cada vez mais gerenciadores do tempo para adequar tudo que temos de fazer;
Criatividade e adaptação: Para mais de 84% das pessoas entrevistadas, foi necessária uma adaptação ou reformulação no seu produto, serviço ou ferramenta para poder entregar ao cliente seu produto ou serviço final;
Incerteza: Por mais que já estejamos com 7 meses do CORONA no Brasil, o futuro ainda é incerto. Para boa parte da população, não temos calendário de retorno às aulas. Mais de 70% dos brasileiros cogitam repensar suas carreiras e formas de atuação e geração de renda;
Saúde: Um estudo realizado no EUA demonstra que 94% das mortes ocorridas pelo COVID-19, já possuíam outras comorbidades. Este e outros tantos dados neste sentido, acendeu um alerta em torno do tema – saúde mais debilitada, mais propensão a sofrer as consequências da doença.
Bem, nesta breve lista, eu trouxe um pequeno resumo de como este momento impactou profundamente nossa rotina e nossa vida. Então, experimentamos nestes tempos:
- Conviver com nossos mais íntimos instintos. E isso é melhor que qualquer Assessment que possamos fazer. Afinal, estamos lidando com nossa essência, nossa natureza;
- Ter de saber administrar nossa ansiedade, desenvolver paciência e tolerância;
- Tivemos de aprender a controlar o medo, insegurança e incerteza;
- Tivemos de desenvolver confiança e, acreditar que os caminhos que nossas lideranças estão tomando são os corretos;
- Nos obrigar a estar mais atentos a tudo que está ocorrendo;
- Desenvolver habilidades pessoais e profissionais que nos fizessem passar de forma menos impactante possível por este período desafiador;
- Tivemos de aprender a cuidarmos de nós (saúde) e dos nossos. Tivemos a possibilidade de refletir o que realmente importa e rever Urgências, Importâncias e Prioridades;
Ou seja, tivemos ingredientes de sobra para aprender e evoluir.
Não sei se sairemos melhores de tudo isso. Mas acredito que mais preparados.
Então, você risca o ano do calendário ou não?
Eu, definitivamente NÃO.
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HC Consulting, a evolução do Capital Humano.
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